sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Inimigo



Quem são os teus amigos?

Aqueles que exercitam a tua vaidade. Mas também aqueles que estão ao teu lado nos momentos em que mais necessitas. Aquelas almas gêmeas que, por laços de simpatia, unem-se à tua.

Quem são os teus inimigos?

Aqueles que representam os teus desafetos. Que apontam para os teus defeitos. Aqueles que permanecem unidos à ti, pelas diferenças que ambos alimentam. Os que, muitas vezes, tornam-se os veículos para o teu crescimento. Sim, para a tua evolução. Aqueles que não se unem à nós pelos laços da empatia e do amor, nos mostram as nossas fraquezas, os aspectos da nossa personalidade que precisam ser burilados. E, neste sentido, são mais amigos nossos do que o melhor de todos.

Então, tudo isso é muito relativo. Quem sabe se o nosso grande amigo de hoje não foi, um dia, o nosso maior desafeto?

Um desafeto vencido frutifica num amor profundo. Amigos e não amigos interagem em nossas vidas para nos auxiliarem de tantos modos! Os vínculos de amizade nos fortalecem, fortificam nossa confiança em nós, nos trazem a esperança e a positividade. Os que se vinculam a nós, atados pela inimizade, fortalecem em nós a força de vontade para vencer os nossos defeitos. Os que chamamos inimigos trabalham, inconscientemente, ao nosso favor. E nós, inconscientes também, reagimos aos seus ataques. E ao lutarmos contra estas energias que julgamos negativas, fortalecemo-nos. Apenas a natureza de nossas reações é que deve mudar. Por que se reagirmos sob forma de contra-ataque, alimentaremos a atitude inicial, numa somatória de negatividades. Mas se, ao contrário, nos utilizarmos destes ataques como sementes de reflexão, estaremos transformando a energia inicial, transmutando-a em crescimento, em expansão espiritual. Esta mudança de atitude provocará no outro uma reação diferenciada também, porque se quebram os elos da animosidade. Amigos e inimigos são interpretações que fazemos das pessoas. Na verdade, todas elas, nas funções que ocupam em nossas vidas, cumprem o seu papel na nossa evolução. E na deles também. E se, afinal de contas, a existência do outro soma à minha própria existência, então o amor se concretiza. Independente das vontades. Acima delas. Porque assim é. Quer queiramos ou não amar aos nossos inimigos, o amor se faz presente.
Basta querer vê-lo. Olha, ele está aí... O tempo inteiro.

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