O Grito

Meu verde traduz esperança em dias melhores, por quê destruí-lo?
Meus frutos alimentam os pássaros, assim como diversos animais que são úteis aos homens, nessa cadeia alimentar que equilibra o mundo, por quê desprezá-los trocando-os por inovações manipuladas por ganância de ganhos materiais?

Minhas raizes e flores medicinais proporcionam curas milagrosas aos que as respeitam e usam com sabedoria, por quê roubá-las, vendê-las aos que delas farão remédios sim, porém adicionando-lhes produtos químicos manipulados para dar efeito imediato e assim acarretando novos males às multidões, por incúria e ambição?

Por quê não respeitar a terra fecunda que me protege, revirando-a ao bel-prazer, para fazer construções logo abandonadas, que tornam-se refúgio de insetos e animais nocivos ao próprio homem?

E finalmente, por quê me destroem por desaviso ou preguiça de trabalhar consciente que conservação é seu dever, deixando o fogo destruidor cercear minha doação fraterna, trocando o verde pela cor cinzenta e fria, exterminando os animais e os pássaros que Deus doou à terra para serem úteis.

A transformação se processa paulatinamente no planeta e não para o lado bom. As maravilhas construídas no hoje, um dia no futuro desaparecerão, como as sete maravilhas do mundo antigo, pois não são obras do Pai e sim dos seres ainda imperfeitos que habitam o planeta.
Muitos clamam ajuda dos céus para os flagelos que acontecem, porém, o milagre sem trabalho, assim como a fé, não existe.
Acordem, olhem para o verde da esperança. Protejam cada minúscula semente, que transformar-se-á um dia em árvore gigantesca.
Ensinem as crianças amarem as florestas e não poluírem as águas, que entre si fazem uma simbiose de amor, a fim de protegê-las no amanhã.
Ouçam a minha voz que é o sussurrro do vento que agita meus galhos, minhas folhas incalculáveis, transmitindo a mensagem de amor e ensinando o caminho do progresso até Deus