Oh! Terra
Mãe devotada
A ti nosso eterno preito
De gratidão de respeito
Na vida espiritual!
Que o Pai de Graça Infinita
Te santifique a grandeza
E abençoe a natureza
Do teu seio maternal!
Quando errávamos aflitos,
No abismo da sombra densa,
Reformaste-nos a crença
No dia renovador,
Envolveste-nos, bondosos
Nos teus fluidos de agasalho,
Reservaste-nos trabalho
Na divina lei do amor.
Suportaste-nos sem queixas
O menosprezo impensado,
No suplime apostolado
De terno e infinito bem.
Em respostas aos nossos crimes,
Abriste nosso futuro,
Desde as trevas do chão duro
Aos templos de luz do Além.
Em teus campos de trabalho,
No transcurso de mil vidas,
Saramos negras feridas,
Tivemos lições de escol,
Nas tuas correntes santas
De amor e renascimento,
Nosso escuro pensamento
Vestiu-se de claro sol.
Agradecemo-te a benção
Da vida que nos empresta;
Teus raios, tuas florestas,
Teus horizontes de anil,
Tuas árvores augustas,
Tuas cidades frementes,
Tuas flores inocentes
Do campo primaveril!
Agradecemo-te as dores
Que, generosas, nos deste,
Para a jornada celeste
Na montanha de ascensão.
Pelas lágrimas pungentes,
Pelos pungentes espinhos,
Pelas pedras do caminho:
Nosso amor e gratidão!
Em troca dos sofrimentos,
Das ânsias, dos pesadelos,
Recebemos-te os desvelos
De mãe de crentes e incrédus.
Se bendita para sempre,
Com tuas chagas e cruzes,
As aflições que produzem,
São alegrias nos céus!
Oh! Terra - mãe devotada,
A ti, nosso eterno preito
De gratidão, de respeito,
Na vida espiritual!
Que o Pai de Graça Infinita
Te santifique a grandeza
E abençoe a natureza
Do teu seio maternal!
Chico Xavier/André Luiz
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