quarta-feira, abril 11, 2007

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Tatuas-me de incertezas,
reservas-me os domínios da dor,
incendeias-me com odores,
preenchendo cada recanto meu de
fraquezas.

Levas-me à memória que eu julgava esquecida.

Consomes o tempo como se ele te escasseasse
e aprisionas-me na tua teia comprometida.

A melodia que ecoa no radio
É um prenuncio da tua partida
Cada despedida torna-se um gládio
E dentro de mim abre-se uma nova ferida.

Vejo-te partir transparente no nevoeiro
no primeiro canto da manhã.

O tempo, o melhor conselheiro,
segreda-me imperceptivelmente o teu regresso
e deste modo tornas-te a essência do meu esquecimento.

O ar alia-se a tudo o que confesso
e esmorece-se quente no vidro da janela.

Não é tela, não é página, é pensamento
perdido no tempo e no espaço.

A dor que esmaga, a dor que não se vê
a dor que se traduz num sorriso que zela
por um dia solarengo, um dia em que me esqueça
de te lembrar.
(C.R 15/02/2004)

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