segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Rainer










Não: uma torre se faça do meu peito
e eu próprio seja posto à sua beira:
onde nada mais há, haja inda uma vez dores
e inefabilidade, mais uma vez mundo.

Mais uma coisa só no desmedido,
que se faz escura e de novo se ilumina,
mais uma última, ansiosa face,
repelida para o nunca-acamável,

mais uma extrema face de pedra,
dócil aos seus pesos interiores,
que as amplidões, que serenamente a aniquilam,
obrigam a ser sempre mais feliz.

Rainer Marie Rilke
do livro "Poemas As Elegias de Duíno"

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