domingo, setembro 30, 2007

Abelinha aonde tu vais?
Vou fabricar mel nos laranjais,
Lá nas nuvens espaciais,
Aqui tem gente demais
Devastando os mananciais.
Logo não haverá mais flores
Para exalar seus odores,
Nem pólen, néctar e cores,
Nem água pra aliviar os calores,
Só tortura e muitas dores.
Verás a natureza em estertores,
Os bichos serão sofredores
Por causa de humanos traidores.

Maria Hilda de J. Alão



Giovana Raucci

Baratinha, ó baratinha,
Pra onde tu vais ó danadinha?
- Vou comer as batatinhas
dos lanches das menininhas.
Traça, tens tu um calendário?
Hoje qual é o teu itinerário?
- Vou roer a camisa do Mário
que está no cabide do armário.
Pulga, pulguinha saltitante,
Pára de pular por um instante.
Sumiu o pó que vovó punha
Agora vou te pegar à unha.
Formiguinha, ó formiguinha,
Se tu és minha amiguinha
Sai do meu açucareiro,
Volta pro teu formigueiro!
Mosca pequena e asquerosa
De contaminação poderosa,
Pousa em coisas horrorosas
Por que não pousas só em rosas?
Pernilongo, ó pernilongo,
Por que ferrão tão longo?
- É pra chupar sangue do lombo
de criança e de boi manso.
Maria Hilda de J. Alão.

Sofia Raucci

É dia de festa na floresta,
todos estavam contentes.
O macaco, o leopardo, até o leão sem dentes.
Mas que problema...
O leão não pode comer!
Bolos, doces, guloseimas,
fazem seu único dente doer.
Não adianta reclamar,
e nem chorar agora,
mandei os dentes escovar
e ele nem me deu bola.
Disse dona leoa,
zangada com seu leão
mas como é muito boa,
arrumou a solução.
Uma dentadura comprou,
e o leão a sorrir voltou.
Foi a festa da floresta, mas, comer não agüentou.
Pois o único dente que tinha,começou logo a doer.
Foi correndo ao dentista,
para tarde demais aprender.
Que no almoço e no jantar
deve os dentes escovar.
Para não ter que arrancar
e desdentado ficar.
Vera Lucia R. Guedes

Lucas Raucci Krupensky

sábado, setembro 29, 2007


Há um sincero sentir d'alma
Quando avisto sob uma luz de Neon:
Desertos de Adversidades
Que polvilham a Alma de Cinza,
E de uma Estranha Lágrima ao Vento
Que brota do Rosto...
Blocos de Solidão
Se alojam na Multidão
Que vem do Trem...
Calendários atrasados, Fotos Antigas;
Projetos Suspensos no ar;
Espelhos Monótonos do Cotidiano
No Abuso Excessivo da Indiferença;
Passeios nas Garoas da Mesquinhez...
Cenas que dançam nas retinas
E Reverberam em Memórias Póstumas...
Gestos Avessos à Singularidade da Essência
Quando a Alma se habitua às Províncias
Empoeiradas do Egocentrismo,
Abrindo Parágrafos de Insentazez,
Entre os intervalos de Lucidez...
Sede voraz de Presença,
Taças de Solidão na Ausência...
Somente o abandono do ser-egocêntrico
E vivendo na Pluralidade os ideais,
A Solidariedade Sobreviverá,
E findará a Solidão interior
Quando se encontrar Luz e Paz
No abrigo do Teu Olhar!
Cris


Soneto do Regresso ao Silêncio



Nas frágeis vidraças do meu coração
Tomba agora, a chuva, copiosa e fria
E há cascatas de mágoa e de melancolia
Em meu rosto a bailar ao sal da emoção...
Pressinto a tormenta, ao largo da razão
Rugindo desvairada, em dolorosa agonia
E, qual Alma penada, reclamo, vazia
Por alguém que me veja e estenda a mão!
Na noite disforme, ninguém...
Apenas breu!
Sombras dantescas tão nuas e sós, como eu
Remoinhos de folhas que dançam ao vento...
No inferno do temporal que m' assola o olhar
Dissolvo-me em nada, como a espuma no mar
E regresso ao silêncio do meu pensamento!
Tendergirl

quinta-feira, setembro 27, 2007

O...



silêncio é doçura:
Quando não respondes às ofensas,
Quando não reclamas os teus direitos,
Quando deixas à Deus a defesa da tua honra.

O silêncio é misericórdia:
Quando te calas diante das faltas de teus irmãos,
Quando perdoas sem remoer o passado,
Quando não condenas, mas intercedes em segredo.

O silêncio é paciência:
Quando sofres sem te lamentares,
Quando não procuras consolação junto aos homens,
Quando não intervéns,
esperando que a semente germine lentamente.

O silêncio é humildade:
Quando te apagas para deixar aparecer teu irmão,
uando, na discrição, revelas dons de Deus,
Quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas,
Quando deixas os outros a glória da obra inacabada.

O silêncio é fé:
Quando te apagas, sabendo que é Ele quem age...
Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença...
Quando te basta que só Ele te compreenda.

Silêncio!

bjs, Cristina Raucci

A Morte não é Nada


A morte não é nada.
Eu somente passei para
o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
Eu continuarei sendo.
Me dêem o nome que vocês sempre me deram,
Falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,
Eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste,
Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,
Sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
O fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos,
Agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe,
Apenas estou do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
A vida continua,
linda e bela como sempre foi.
Santo Agostinho

Amanhecer



Olhe o dia amanhecendo
e você vai sentir que,
em quase tudo,
há anjos tecendo o alvorecer.
Uns são raios de sol
que vêm descendo,
para iluminar
o que de bom a gente sonha fazer.

Outros são canções suaves
que quando em silêncio,
a gente ouve em toda fonte que jorra,
em cada onda que bate,
em cada vento que sopra,
em cada silvo selvagem,
em cada bicho que corre,
em cada flor que nasce.

Eles são fontes de energia e proteção,
presentes em seus planos,
desejos, vontades,
em tudo o que o amanhecer inspira.

Apenas é preciso fechar os olhos para ver,
ouvir o coração e...
saber que a gente é como gota d'água,
nesse mar imenso do universo,
com o poder infinito de transformar
o que é invisível em cores do arco-íris.

Acredite.
Cada manhã dá luz a um novo dia,
mas é você quem faz nascer este amanhecer!
Muita Luz!
bjs, Cristina Raucci

sábado, setembro 15, 2007

Amando os Inimigos



Sem liberdade é impossível avançar nas trilhas da evolução, mas fora do entendimento que nasce do amor, ninguém se emancipa nos caminhos da própria alma.
Seja onde seja e seja com quem for, deixa que a simpatia e a compreensão se te irradiem do ser.
Em qualquer parte onde palpite a vida, eis que a vida para crescer e aperfeiçoar-se roga o alimento do amor, tanto quanto pede a presença da luz.
De muitos recebes o apoio da bondade e outros muitos aguardam de ti semelhantes auxílio.
Da faixa dos benfeitores recolhes a bênção para transmiti-lo na direção dos que te não aceitam ou desajudam.
Nessa diretriz, os adversários, quaisquer que eles sejam, nunca te prenderão a desespero ou ressentimento.
Se surgem e atacam, abençoa-os com a justificativa fraterna ou com o pronto-socorro da oração. Entretanto, pensa, acima de tudo, na condição infeliz em que se colocam e compadece-te em silêncio.
Esse, por enquanto, não consegue desalojar-se do ergástulo da opinião individual; aquele, acomoda-se no azedume sistemático; outro descambou para equívocos dos quais, por agora, não sabe se afastar; aquele outro sofre sob a hipnose da obsessão; e aquele outro ainda está doente e talvez exigirá tempo longo, a fim de recuperar-se.
Entregarmo-nos à mágoa diante dos que perseguem e caluniam, é o mesmo que nos ajustarmos voluntariamente à onda de perturbação a que encadeiam.
Sob o granizo da ignorância ou da incompreensão, segue trabalhando, a servir sempre.
Observa os inimigos do bem e os agressores da renovação e, em lhes percebendo a sombra, condoer-te-ás de todos eles.
Faze isso e sempre que te pretendam agrilhoar ao desequilíbrio, a compaixão te libertará.

Livro: Segue-me - Emmanuel & Francisco Cândido Xavier

Oi Cris


"Segue fazendo o bem."

Provavelmente, não te faltarão espinhos e pedras. Pedras, no entanto, servem nas construções e espinhos lembram rosas. Não percas a oportunidade de auxiliar. Se alguém te lança entraves à marcha, não te vincules à idéia do mal. Reflete na Bondade de Deus e caminha. Não acuses a ninguém. Compadece-te e age amparando...Não gastes tempo, medindo obstáculos ou lastimando ocorrências infelizes. Ouve as frases do bem que te induzem à frente e esquece tudo aquilo que se te representa por apelo à desistência ou desânimo. Alguns dos minutos das horas de que disponhas, investidos no reconforto aos irmãos emparedados no sofrimento, ser-te-ão contados por créditos de alegria e de paz. Sê a coragem dos que esmorecem e a consolação dos que perdem a esperança. Onde encontres a presença da sombra, acende a luz da renovação".

Beijos Tih
Paz, fé, amor e sabedoria!