sábado, maio 17, 2008

Imortalidade



Alguns séculos antes de Cristo, vivia em Atenas, o filósofo Sócrates. A sua filosofia não era uma teoria especulativa, mas a própria vida que ele vivia. Aos setenta e tantos anos foi Sócrates condenado à morte, embora inocente. Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, seus amigos e discípulos moviam céus e terra para o preservar da morte. O filósofo, porém não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranqüilidade e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortífero.

Na véspera da execução, conseguiram seus amigos subornar o carcereiro, que abriu a porta da prisão.Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre: "Foge depressa, Sócrates!". "Fugir, por que?" - perguntou o preso. "Ora, não sabes que amanhã te vão matar?". "Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!". Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou: "Críton, achas que isto aqui é Sócrates?". E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou: "Achas que isto aqui é Sócrates? ... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim. EU SOU A MINHA ALMA. Ninguém pode matar Sócrates!" ... e ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre.No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços: "Sócrates, onde queres que te enterremos?" Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou: "Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates ... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes.

Não sou eu... EU SOU MINHA ALMA..."

E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o segredo da FELICIDADE, que nem a morte lhe pôde roubar.


Assim somos, pois a morte não existe. Todos somos seres imortais. Nós só morremos, quando somos simplesmente esquecidos...

Resumo de um texto de Uberto Rhodes.

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