quarta-feira, janeiro 10, 2007

Amantes




Glamourosas, as horas dos amantes
Cativaram-me tão mansamente
Pois em mim ficara
O germe latente
Da paixão, dos desejos,
Dos impulsos incontinentes
E já que de mar se faz a hora
A cada dia que nasce
No próprio seio esplendora
O agridoce pulsar do amor.
Em cujo termo jamais estertora
Tudo aquilo que em sonhos,
Ansiosamente a alma deseja
para si, em culminância verbalizada,
Deplora,
Pois enfim, antes que a implodir venha
O vocativo do amor
Os amantes não se esquecem
Simplesmente se aquecem
Nas ígneas e mui esplendorosas
Labaredas da paixão
Já que uma vez amantes de fato o são!
José Roberto Abib

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